A marca Portugal está hoje muito valorizada
16-05-2019
A marca Portugal está hoje muito valorizada, defenderam os empresários presentes no Link Lab Coimbra, um evento integrado no AEP Link, iniciativa da Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria com o envolvimento da Deloitte Portugal, que faz a sua estreia na zona centro em Coimbra, no dia 16 de maio. Com a presença de empresas e instituições, o Link Lab debate a inovação, a economia digital e o investimento no Instituto Pedro Nunes, procurando promover o networking e a cooperação para a promoção dos negócios e da economia.
Cláudia Guterres, gestora do AEP Link, abriu o evento com a apresentação do projeto e dos eventos Link Lab que percorrem o Norte, o Centro e o Alentejo. Pedro Janeiro, economista da Deloitte, salientou junto dos empresários a importância do preenchimento do questionário/diagnóstico que pretende auscultar as suas necessidades, constrangimentos e objetivos, de forma a que o programa possa dar uma resposta efetiva aos desafios das empresas. É muito importante que as empresas possam crescer para, com este crescimento, promover a economia do país.
O Dashboard Interativo do AEP Link foi a ferramenta apresentada por Gonçalo Azevedo Silva, e contém os indicadores mais relevantes para as empresas ao nível da economia regional, performance empresarial, investimento e recursos humanos. Esta plataforma é dinâmica e permanentemente atualizada, quer com dados nacionais fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, quer com os dados dos questionários preenchidos pelos empresários no âmbito do AEP Link.
Júlio Boga, da Deloitte, apresentou o portal AEP Link e a forma como cada empresário pode registar-se para ter acesso às oportunidades de negócio registadas nesta plataforma, e para publicar as oportunidades que oferece ou procura, tentando assim captar parceiros de negócio, de acordo com as suas necessidades ou objetivos.
«Os empresários portugueses têm sabido afirmar-se em vários setores, ajustando-se aos mercados e às suas necessidades»

«Os empresários portugueses têm sabido afirmar-se em vários setores, ajustando-se aos mercados e às suas necessidades»
Luís Santos, jornalista de economia e política do Campeão das Províncias, moderou o primeiro painel, dedicado à Inovação, com a presença de Joselito Lucas, diretor comercial da Lugrade, António Monteiro, diretor executivo da Nutriva, e Eduardo Mouta, agente exclusivo Crédito & Caución. Luís Santos falou da recuperação do país depois da intervenção da União Europeia, lançando o desafio aos oradores para falarem sobre a necessidade de incrementar o nível salarial em Portugal. António Monteiro referiu que os empresários portugueses têm sabido afirmar-se em vários setores, ajustando-se aos mercados e às suas necessidades.

Eduardo Mouta, Joselito Lucas, António Monteiro e Luís Santos
Joselito Lucas defendeu que a inovação tem sido a alavanca para muitas empresas, quer no produto quer nos processos produtivos, muitas vezes com forte aposta na tecnologia. O gestor apresentou um equipamento que desenvolveram há cerca de um ano, um "simples” aparelho que serve para ajudar a encontrar o ponto certo para demolhar o bacalhau, e falou igualmente de uma outra área, a inovação familiar: a família tem várias empresas que abrangem várias áreas da alimentação, pão, bacalhau e vinho, e têm estratégias conjuntas para por exemplo, explorar os mercados externos com a presença em feiras. Eduardo Mouta falou na inovação pela diferenciação e o apoio que a Crédito & Caución pode dar às empresas que querem inovar e promover o seu negócio.
O recurso ao crédito é um fator importante para as empresas que querem crescer, lançou Luís Santos. António Monteiro defendeu que era importante que as instituições de crédito fossem ao mercado conhecer as empresas, ver exatamente o que estas querem fazer com o dinheiro, conhecer a sua realidade. Na Lugrave, explicou Joselito Lucas, o fator mais importante é apresentar projetos que sejam sustentáveis e credíveis, mas reconhece que o acesso é cada vez mais difícil, porque a banca tem regras mais apertadas e isso tem afetado os clientes da empresa, que tem, por consequência, que conceder mais crédito. Eduardo Mouta explicou que, na sua opinião, a banca também se tem adaptado às necessidades do mercado, nomeadamente através da utilização dos seguros de crédito como garantia bancária.
A Nutriva tem atualmente parcerias com universidades para projetos de inovação de produto, nomeadamente para a qualidade alimentar, a redução do sal e do açúcar, por exemplo, para a criação e desenvolvimento de produtos que possam chegar a novos e variados mercados. Há ainda algum trabalho a fazer por parte da administração central, para desburocratizar os processos e adaptá-los às reais necessidades das empresas, alertou Joselito Lucas, o que não acontece em muitos outros países: são pequenas "areias” que muitas vezes prejudicam o célere avanço dos projetos.
Agostinho Franklin, diretor do Diário As Beiras, apresentou o painel Economia Digital, em que interveio Carla Ribeiro, gestora da categoria de serviços da Navigator, Miguel Ribeiro, diretor jurídico dos SMTUC (Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra), Tiago Vieira, IMS & WPH Manager da Konica Minolta, e Pedro Costa, presidente da Coimbra Business School do ISCAC.

Pedro Costa, Carla Ribeiro, Tiago Vieira, Manuel Ribeiro e Agostinho Franklin
Nos SMTUC a introdução da economia digital contribuiu muito para o acelerar da atividade, nomeadamente através da desmaterialização. Na administração pública os ganhos são imensos, defendeu Miguel Ribeiro. Pedro Costa avançou que as instituições de ensino superior têm dado um grande contributo para os avanços da economia digital, com ganhos muito grandes para as empresas. Este desenvolvimento levanta muitos desafios novos, nomeadamente na tipologia dos trabalhos, das funções profissionais: as máquinas não irão substituir as pessoas, mas as tecnologias seguramente mudam muito as empresas e os seus processos.
Sobre os desafios que cada empresa ou instituição enfrenta no processo de digitalização, no caso da SMTUC, tem tido a ver com a desmaterialização, por exemplo, e até com a digitalização dos títulos (bilhetes) dos transportes: são grandes desafios, mas com enormes ganhos nomeadamente no que respeita ao relacionamento com os utentes. Tiago Vieira destacou a necessidade de as empresas se saberem adaptar às novas necessidades do mercado, às novas profissões. As vantagens da economia digital são muitas, defendeu, mas é preciso que o país se saiba posicionar face a outros mercados.
Para a Navigator, que produz papel, os desafios são enormes. A digitalização de processos foi iniciada há dois anos, interna e externamente, a gestão dos sistemas de informação foi também uma aposta, tudo isto com um grande investimento na formação das pessoas. Para esta empresa, segundo Carla Ribeiro, e tendo em conta a sua área de negócio, é fundamental encontrar novas oportunidades de negócio neste mercado.
Para Pedro Costa, as receitas próprias têm sido fundamental para a alavancagem do ISCAC, porque o desinvestimento do Estado no ensino superior público é enorme. Esta dificuldade tem sido um desafio para que a escola possa desenvolver a área da economia digital, objetivo que leva muito a sério, com um grande esforço para garantir a sua sustentabilidade financeira, ambiental, etc. Hoje o ISCAC é profundamente baseado nas novas tecnologias, com grande foco na digitalização de processos, de documentos e de métodos de ensino.
O Link Lab Coimbra continuou no Instituto Pedro Nunes, com os painéis de Investimento, dinamizado pela Iberinform, e de Cooperação, da responsabilidade do IPN.