AEP LINK lança Roteiro para o Crescimento com propostas concretas para fomentar a economia portuguesa
15-07-2020
12 grandes oportunidades de melhoria recomendadas por cerca de 50 entidades nacionais
O projeto AEP LINK, lançou o Roteiro para o Crescimento, que reúne as 12 principais propostas de melhoria para a economia portuguesa e regiões de convergência, resultantes de seis focus groups, que foram constituídos por diversos stakeholders envolvidos neste projeto. O relatório, da autoria da Deloitte, apresenta soluções para os três domínios críticos da competitividade: Economia Digital, Inovação e Investimento, e contou com os contributos de mais de 50 entidades que originaram cerca de 200 propostas.
Cada sessão de focus group teve a duração de três horas, tendo decorrido dois na zona Norte, dois na zona Centro e dois no Alentejo, ao longo de 2019. Entre as 50 entidades envolvidas destacam-se grandes empresas, PME e startups, associações empresariais, universidades e politécnicos, administração pública, comissões de coordenação e desenvolvimento regional, comunidades intermunicipais e câmaras municipais.
O relatório revela primeiro os principais constrangimentos sentidos na economia, como é o caso do PIB per capita português, que tem vindo a diminuir no passado recente (2016-2018), e o facto de Portugal ter o sexto valor mais baixo da União Europeia na produtividade do trabalho por hora. Neste momento, Portugal apresenta-se como o terceiro estado-membro da União Europeia com o nível de investimento mais baixo, o que não fomenta a atratividade para captação de investimentos.
Ao nível da Economia Digital, denotam-se níveis baixos de adoção digital nas PME portuguesas (por exemplo, apenas 58% das pequenas empresas têm site próprio), e existe uma reduzida penetração do comércio eletrónico em Portugal. No âmbito da Inovação, Portugal é um dos países europeus cujas empresas cooperam menos nesta área, e o investimento em I&D nas empresas nacionais ainda é insuficiente. No campo do Investimento, por cada mil empresas criadas em 2017 apenas 1,5 receberam investimentos de Venture Capital.
12 propostas de melhoria para o Crescimento
Das 200 sugestões de melhoria, foram elaboradas 12 propostas de melhoria para o crescimento da economia nacional, divididas em quatro dimensões: Economia Digital, Inovação, Investimento e Crescimento.
No plano da Economia Digital, as oportunidades de melhoria apontadas têm por base o défice de competências digitais nas PME portuguesas, sugerindo assim: a criação do plano de digitalização do ensino em Portugal (incluir o desenvolvimento de competências digitais no currículo de estudos dos jovens portugueses, em todos os ciclos de ensino); a definição da Estratégia Nacional de Capacitação Digital das PME (dotação dos gestores das PME com os principais conhecimentos e competências ao nível das TIC); e a implementação de um choque fiscal tecnológico (incentivar as empresas a integrar recursos humanos com competências digitais).
Dada a importância de fomentar uma maior cooperação entre a Administração Pública, as instituições de Ensino Superior e as empresas, na área da Inovação foram evidenciadas as seguintes propostas: a modernização da Administração Pública, através do aumento da eficiência dos processos, tornando-os mais "amigáveis” para as empresas (o que permite uma maior liquidez das PME, com maior disponibilidade para investir em atividades de inovação); a criação de redes de cooperação para a Inovação entre a Administração Pública, empresas e instituições de Ensino Superior (para o desenvolvimento de novos produtos, por exemplo); e o lançamento de um programa para a transferência de conhecimento das instituições de ensino superior para as PME, de forma a contribuir para o desenvolvimento do negócio com a sua investigação.
Ao nível do Investimento, o documento denota a relevância de aumentar a liquidez das empresas, pelo que sugere: a dinamização de um roteiro nacional para o investimento, que informe e prepare as PME para captar investimento; a criação de um programa de fomento ao investimento das PME em capital fixo, com um pacote de incentivos para os diferentes agentes financeiros; e a flexibilização e promoção do acesso ao financiamento comunitário por parte das PME, com a simplificação e agilização dos processos de candidatura a estes fundos.
Por fim, foram destacadas as propostas para o Crescimento: o desenvolvimento da Agenda de Competências 2030 (coordenar as ofertas formativas com as necessidades das empresas e devidamente ajustadas ao mercado de trabalho); a promoção de uma plataforma de informação e cooperação entre as PME portuguesas (como exemplo, o portal AEP Link); e o desenvolvimento da atratividade dos territórios de baixa densidade, cujas oportunidades podem ser potenciadas.
«Acreditamos que o Roteiro para o Crescimento pode ajudar as empresas portuguesas a crescer, com ações adequadas de intervenção nas várias áreas de competitividade, como a Economia Digital, a Inovação e o Desenvolvimento», explica Paula Silvestre, diretora da AEP Competitividade. «A auscultação dos representantes de entidades que diariamente estão ligadas à economia nacional e local permite-nos consolidar neste Roteiro as suas sugestões práticas que podem potenciar uma evolução ascendente no mercado empresarial e catapultar muitas das nossas PME para um novo patamar de prosperidade.»
Consulte o "Roteiro para o Crescimento”, descarregando o anexo apresentado abaixo, Ficha Formativa - "AEP Link - Relatório Roteiro para o Crescimento".