AEP Link revela que economia portuguesa pós-COVID terá de assentar na inovação, digitalização e no investimento
Relatório
AEP Link aponta fatores críticos de competitividade para o futuro do País
Segundo este relatório apresentado no âmbito do AEP Link, a mitigação dos impactos da crise deverá ser consistente com a definição de uma nova visão de futuro para o País. Segundo o estudo, da AEP, apesar da contração económica gerada pela crise da COVID-19, esta também deverá constituir uma oportunidade para aumentar os níveis de crescimento os próximos anos, se a fase de recuperação for devidamente alavancada. A proposta da AEP passa por uma nova visão de futuro, que consiste em tornar Portugal no país de referência na Europa pelos seus níveis de inovação, de produtividade e de competitividade assente nos referidos pilares "Economia Digital”, "Inovação” e "Investimento”.
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP, refere que «no campo da economia digital, é apontada no relatório a necessidade de assegurar uma maior convergência entre as qualificações dos colaboradores e as competências exigidas pelas empresas, a criação de incentivos para a requalificação da população ativa mais velha, para melhoria das suas competências digitais, assim como a implementação de um choque fiscal para empresas que apostem em tecnologia e na integração de profissionais com competências digitais». Quanto à inovação, o presidente da AEP defende «um aumento nos apoios comunitários para a qualificação de recursos humanos e para projetos de tecnologia e inovação, mas também medidas de incentivo à inovação com o intercâmbio entre o tecido empresarial e o sistema científico, assim como a partilha de conhecimento com projetos doutorais conjuntos entre as empresas e a academia». Por fim, no campo do investimento, Luis Miguel Ribeiro, destaca que a AEP propõe «a dinamização de instrumentos públicos de financiamento, o reforço do regime de dedução por lucros distribuídos e reinvestidos, e também o reforço do investimento público na saúde, educação e transportes, com o apoio do quadro financeiro plurianual».
O relatório apresentado pela AEP demonstra ainda que a crise gerada pela COVID-19 está a causar impactos significativos na economia portuguesa, com estimativas de que o PIB português tenha caído para -2,3% no primeiro trimestre. Neste período, as exportações terão caído -4,9% e as importações -2,1%, além do comércio interno, em -1,0%. Estas estimativas refletem-se na operação das empresas, com 73% a sofrerem uma redução no seu volume de negócios, 31% das quais com perdas superiores a 50%. No que respeita ao pessoal, 17% das empresas reportaram a redução do número de funcionários a trabalhar, sendo que os principais motivos foram os dias de falta por doença ou para apoio à família (em 48% das empresas) e o recurso ao layoff (40% das empresas). O estudo mostra ainda que 26% das empresas despediram colaboradores ou pretendem despedir, 21% das empresas tenciona avançar com processos de recuperação e 6% vai avançar para insolvência. Os setores do alojamento e restauração, e transportes e armazenagem foram os mais afetados.
Perante o impacto causado pela pandemia, o Governo disponibilizou várias medidas de resposta à crise. Porém, de acordo com o relatório da AEP, uma grande parte das empresas evidenciam que não beneficiaram nem planeiam vir a beneficiar destas respostas. Das medidas analisas, a moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes, foi a que teve menor adesão, apenas 25,7% das empresas em Portugal recorreu ou planeia recorrer a ela. Já 29,1% das empresas afirma ter beneficiado ou planeia vir a beneficiar da medida de bonificação e garantias no acesso a novos créditos. Já a suspensão de pagamentos e obrigações fiscais e contributivas, foi a medida de resposta à crise que mais beneficiou as empresas, 33,7% de pequenas e médias empresas (PME) e 12,3% de grandes empresas.
Consulte o relatório "O Futuro da Economia Portuguesa”, descarregando o anexo apresentado abaixo, Ficha Formativa - "AEP Link - O Futuro da Economia Portuguesa".